O curioso motor Rotativo Wankel - Motores em Foco

O curioso motor Rotativo Wankel

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Desde o início da década de 90 pesquisam-se formas alternativas aos motores de funcionamento tradicional, em decorrência disso, por volta do ano 1924 o alemão Felix Wankel, aos seus 22 anos de idade, concebeu o projeto de motor rotativo, que ao fim receberia seu nome, o motor Wankel e também muito conhecido como motor rotativo.

O motor rotativo Wankel, é um motor de combustão interna, porém, com a estrutura totalmente diferente dos demais motores tradicionais, esse motor não possui as câmaras cilíndricas, válvulas.

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Pistões e bielas comuns, e chegou a equipar vários modelos de veículos, como carros, motocicletas, micro-ônibus, na aviação e outros tipos de veículos.

Raio-X

O motor rotativo é formado por um ou mais câmaras em formato ovalado, com o rotor de formato triangular que gira em relação ao eixo principal, executando assim, todas as etapas de admissão, compressão, ignição e exaustão, funcionando ainda como vedação entre as etapas e como válvula de admissão e exaustão.

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Dessa forma, não necessita das respectivas válvulas e comandos, fazendo com que o motor tenha quantidade reduzida de peças, menor volume e funcionamento mais suave, devido ao movimento rotativo constante. Enquanto o rotor se desloca, podem ocorrer de forma síncrona, três fases do motor, com quatro tempos em cada fase.

A primeira patente Wankel teve resultado em 1933, e logo após, vários anos foram dedicados ao aprimoramento do projeto, apesar de alguns atrasos enfrentados durante a Segunda Guerra Mundial, várias marcas assinaram contratos de licença, entre elas a marca japonesa originária da Mazda e a partir disso, algumas outras marcas logo iniciaram projetos utilizando o motor.

Motor Wankel

Nas concorrentes

Antiga NS1 ficou conhecida por ser a primeira a licenciar o uso desses motores, sendo o primeiro carro construído entre 1964 e 1967, um compacto de dois lugares que possuía um motor com um rotor de 500 cilindradas, que chegava a produzir 50 cv de potência!

O projeto mais audacioso surgiu em 1967, o R80, um sedã compacto com motor de dois rotores e 115 cv, porém, a fama do motor não foi das melhores, pois os problemas começavam a aparecer bem cedo, e a marca NSU foi absolvida pelo grupo volkswagen em 1969 através da divisão AUDI e a marca não mais produziu esse tipo de propulsor.

Em 1960 o governo japonês se colocava à disposição para conquistar novos mercados e a Mazda, para adquirir independência resolveu investir no projeto desenvolvendo seu próprio motor Wankel o seu primeiro veículo foi o cosmo sport 110, e assim, a pequena produção iniciada é em 1967, na produção de motores com dois rotores de 491 cilindradas cada, e 110 cv, mantendo sua produção durante cinco anos. Após essa experiência, a corporação ficou mais confiante e lançou sucessivos modelos da série RX, sendo o mais famoso o RX 7 produzido entre 1978 e 2002, sendo muito utilizado inclusive como esportivo de corrida, vencendo algumas competições, levando em consideração que uma das características do motor, é o peso inferior, fazendo com que melhore a capacidade de trabalhar em rotações muito elevadas, gerando praticamente o dobro da potência de um motor convencional de volume equivalente.

Mazda 787B

Em 1991 um protótipo da mazda o 787B, acabou vencendo a prova francesa, a 24 horas de Le Mans. apesar de o modelo ter um motor de quatro rotores de 2,6 litros, que para a competição, rendia 700 cv; por isso, a vitória do mazda sempre foi muito questionada, levando em consideração que o modelo, competiu com um peso inferior aos demais, sendo o primeiro e único veículo de corrida que utilizou o motor rotativo Wankel, a vencer às 24 horas de Le Mans.

A Mazda também produziu em 74 um micro-ônibus para 26 passageiros, equipado com motor rotativo de 135 cv e uma picape da série B, sendo produzida até 1977. A General Motors também investiu no projeto do motor rotativo, no início em 1973, apresentando dois modelos de carro, com motor de dois rotores que foram baseados no Chevrolet Corvette, e logo depois apresentou o conceito com quatro rotores, o XP 897 GT em 1974.

O Chevrolet Monza seria o primeiro veículo de série norte-americano com esse propulsor, mas as leis anti-poluição implantadas a partir deste ano, colocariam em dúvida a viabilidade do programa que acabou sendo suspenso e nunca mais retornou à pauta.

Wankel em outras

A Citroen, Mercedes-Benz, Nissan e a Lada, também utilizaram dessa tecnologia, dessa forma, no período de 1969 e 1971, o Citroen M35 foi produzido, porém, não obteve grande sucesso e teve apenas 267 unidades vendidas.

A Nissan, conseguiu sua licença de produção em 1970, e apresentou o seu protótipo em 1972, a expectativa de produção de 120 mil unidades por ano foi logo por água abaixo, em decorrência da crise do petróleo que se instalou em 1973, já a Mercedes-Benz experimentou o propulsor no exótico carro conceito 111 apresentado em 1969 no salão de Frankfurt, nas versões de três e quatro rotores com potências entre 320 e 450 cv, que em parceria com a Bosch, foi desenvolvido o primeiro sistema de injeção para o motor Wankel, no entanto, só alguns protótipos produzidos Por fim, durante todo esse percurso das poucas marcas que tentaram desenvolver motores rotativos a maioria desistiu bem no início, a Mazda foi a mais persistente e alcançou os maiores progressos, mesmo assim não conseguiu superar o desenvolvimento dos motores convencionais.

O fato é que, a existência do motor rotativo Wankel, sempre foi marcante, seja de forma positiva pela sua peculiar a arquitetura funcionamento e potência ou negativamente por nunca ter atingido a eficiência de consumo e emissões desejadas.

O início do fim

Em 2012 foi o último suspiro do modelo no mercado americano, já havia sido removido do mercado europeu em 2010 principalmente por seu maior fantasma, o consumo de combustível e emissões de poluentes ainda não terem sido resolvidos a ponto de cumprir os padrões exigidos, desde então, sempre se especula a volta deste motor até mesmo inversão a hidrogênio em um suposto RX9, assim como o uso aeronáutico o motor auxiliar em veículos elétricos, que possam ser criados a partir do lendário motor Wankel.